Extraído do "Livro dos Espíritos", de Alan Kardec ( 1857 )
"Não basta que se diga ao homem que ele tem o dever de trabalhar.
É preciso que aquele que tem de prover a sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece.
A suspensão do trabalho, quando se generaliza, assume proporções de um flagelo, qual a miséria.
A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo, mas esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá, sempre, intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver.
Considerando-se a quantidade de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freios e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem?
Há um elemento que não se costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria:
A educação.
Não a educação intelectual, mas a educação moral.
Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar caráteres, de incutir hábitos - porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.
Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá, no mundo, hábitos de ordem e previdência para consigo mesmo e para os seus, de respeito a tudo que é respeitável.
Hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis.
A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem compreendida pode curar.
Esse o ponto de partida.
O elemento real do bem estar.
O penhor da segurança de todos ".