A pandemia tem funcionado como um verdadeiro freio de arrumação.
Ela nos obrigou a nos recolhermos em nós mesmos.
A olhar pra dentro de nós.
E pensar.
Reavaliar nossos valores.
Compreender e valorizar mais a Internet.
Conviver melhor com ela.
Perceber que ela não serve só pra “fofocar”, “jogar conversa fora”.
Não, ela existe para nos comunicarmos, trocar informações.
Enfim, nos conectarmos.
Os vendedores que a utilizem para vender e os compradores, para comprar.
Os “hackers”, esses nem sei para que servem.
Agem como se fossem os donos das redes
E do mundo.
E como perturbam nossas vidas!
As crianças utilizam a Internet para ( também ) brincar,
descobrir coisas novas, outros mundos.
Nós, músicos, estamos tentando encontrar o nosso lugar.
As “lives” foram o ponto de partida.
Mas, ainda são insuficientes.
Faltam recursos técnicos.
Todos sabemos que a música é portátil.
Pode ser carregada para onde quisermos.
Podemos fazer outras coisas, ouvindo música.
O vídeo, não.
Para desfrutar, é preciso se concentrar.
Não dá pra fazer muitas outras coisas ao mesmo tempo.
( A não ser pra quem está no banco de trás do automóvel )
Eu me lembro de quando surgiu a TV.
Todo mundo achava que ela mataria o Rádio.
Engano.
A mesma coisa aconteceu com o Cinema.
Todos achavam que a TV acabaria com ele .
Não aconteceu.
Não dá pra comparar a tela de um cinema com a de uma TV,
por maior que ela seja.
O mesmo com o Teatro.
Todos achavam que ele morreria diante do Cinema e da TV.
Não foi assim.
Quem vai trocar uma história contada, ao vivo, num palco, por uma mostrada na tela?
O mesmo com a música:
Quem já assistiu a um concerto de uma orquestra sinfônica ao vivo,
jamais preferirá assistir ao mesmo concerto na televisão, ou no cinema.
Muito menos apenas ouvi-lo.
A emoção do "ao vivo " é insubstituível.
Para o público e para os artistas.
Por isso, vou ( vamos ) aguardar com muita paciência.
E esperança.
Tudo voltará ao seu lugar.