Desde crianças, nossa mãe advertia: não escolham com quem brincar!
Todos são filhos de Deus! Pobre, rico, preto ou branco!
Se a gente desobedecia, apanhava.
Depois de adulto. por causa da minha profissão, passei a conviver com pessoas
de várias crenças e raças.
Aprendi que no “showbusiness” não importa a cor da pele, a posição social.
Ou o poder econômico.
Ou a aparência física
O que vale é o talento.
Hoje, posso me orgulhar de ter amigos de todas as raças e crenças.
Entre os negros, muito me orgulha a amizade de um Antonio Pitanga, um
Milton Gonçalves, um Romeu Evaristo, uma Glória Maria, uma Zezé Motta,
uma Sandra de Sá, um Haroldo Costa, um Paulo Cesar Caju,
um - porque não dizer? – Pelé.
e muitos, muitos, muitos outros.
Todos craques!
Quantos ídolos!
Olha só:
Milton, Gil, Martinho, Paulinho, Emílio, Altay, BenJor, Agostinho, Jair, Elizeth,
Billie Holiday, Nina Simone, Sarah Vaugham, Miles Davis, John Coltrane,
Charlie Parker, Ray Charles, Denzel Washington, Morgan Freeman, Spike Lee
e tantos, tantos outros...
E o que dizer de Martin Luther King, Malcolm X e o nosso Joaquim Barbosa?
Diante de tantos talentos, o preconceito de cor é, no mínimo, ridículo.
A “supremacia branca“ ( arianismo ), professada por Adolf Hitler, assim como
o Ku Klux Klan americano, foram manifestações absurdas, que, felizmente,
não prosperaram, a não ser entre os fanáticos.
E eles estão por aí.
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Quando eu estudava na Faculdade Nacional de Direito, convidei o Haroldo
Costa a fazer uma palestra sobre “negritude” para os alunos da minha turma.
No primeiro momento, um “branquinho” metido à besta, perguntou ao Haroldo:
“Haroldo, é ruím ser negro no Brasil? ”
O Haroldo, sem se abalar:
- Branco pobre é pior!
Jamais esquecerei.
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As autoridades têm, por obrigação, oferecer oportunidades iguais a todos:
Brancos, pretos, asiáticos, ruivos, louros, pobres e ricos.
Mais aos mais pobres, evidentemente, pois os ricos já possuem recursos .
Não consigo ver a diferença social entre um branco e um asiático.
Ou entre um ruivo e um louro.
A não ser pela posição que cada um ocupa numa sociedade de consumo.
Se fossem oferecidas, como eu disse acima, oportunidades iguais a todos,
quem pode garantir o resultado final?
Talvez os asiáticos superassem os louros.
Ou os negros os brancos.
E vice versa.
Se a cor fosse fator decisivo, qual seria a mais importante?
Ou a mais bonita?
A amarela ou a vermelha?
Azul ou verde?
A escolha é sua.
Em boa hora, a dupla de irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle escreveram a
linda canção “Black is beautiful” gravada magistralmente por Elis Regina.
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Talvez, na natureza, a gente possa encontrar explicações mais plausíveis
se considerarmos que a atração sexual entre os animais irracionais se manifesta,
primordialmente, pelo olfato.
Dentro deste contexto é possível compreender a rejeição ou a atração
entre dois seres humanos.
A conferir.
Com a palavra os sociólogos